quinta-feira, 4 de agosto de 2011

Senso de humanidade não é mais pré-requisito no Curriculum Vitae

Hoje, estava eu na parada do ônibus 177, ironicamente de nome Menino Deus. Entrei no ônibus e observei um cadeirante esperando para subir. O motorista, que já havia sido avisado, arrancou o ônibus. O cadeirante gritou. O ônibus parou novamente. O cobrador baixou o mecanismo que permite a entrada de cadeirantes no veículo. A rampa não desceu. Tentou mais uma vez. A rampa não desceu. Ultima tentativa, a rampa não desceu. A porta foi fechada na cara da pessoa. O cobrador voltou a seu posto - Não é culpa minha, não posso fazer nada. Resmungou.

Todos aceitaram o resmungo, com as suas respectivas bundas confortáveis em seus acentos.

- Mas será possível que dos 20 machos que eu posso contar aqui dentro não tenham dois com força suficiente para levantar uma pessoa e uma cadeira de rodas? Exclamei puta dos cornos. Ou a mulher nanica de 1,57m  vai ter que  fazer isso sozinha? O ônibus arrancou. Pelo menos 20 bundas ao meu redor ficaram extremamente desconfortáveis por pelo menos 2 segundos. Me entristeci ao intuir que a única sensação de impotência em todo o veículo, foi a minha.

Um comentário:

  1. Outro dia li uma história de uma mulher cadeirante que não conseguiu assistir a um filme no Cinemark. Não só os funcionários se recusaram a ajudá-la como não permitiram que as pessoas que acompanhavam a ajudassem...
    Infelizmente vivemos com uma total falta de preparo na prestação de serviços.
    Não sei se é culpa da empresa que não dá treinamento ou da falta de educação e humanidade (e até bom senso) dos funcionários.

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