segunda-feira, 29 de agosto de 2011

Antes dos Centauros

Sou uma pessoa e um cavalo. Não sei se todos possuem o mesmo bicho. Talvez essa seja apenas uma descrição de pessoas, que são uma pessoa e um cavalo.

Quando monto meu cavalo, o faço de várias formas. Cavalos são animais sensíveis, eles sabem como estão quando são uma pessoa e um cavalo. Logo, meu cavalo responde de distintas maneiras.

Montar um cavalo por necessidade é dar-se ao cavalo. Ele sabe o que fazer. Sairá a galope sabendo por onde ir, pra onde ir. Seus sentidos sobre o cavalo são os olhos do cavalo, sua mente, a mente do cavalo. Mais cavalo que pessoa, mais força que razão, o cavalo e seu cavaleiro.

Montar um cavalo por vontade é potência. Você sabe o que fazer. Receberá seu comando, acelerará se assim desejares, irá onde você quer ir. Seus sentidos sobre o cavalo são seus próprios olhos, querem algo. Sua mente inteira, a mente do cavalo dominada. Seu cavalo ainda é um cavalo, ele sabe quando parar (nunca esqueça). Mais pessoa que cavalo, o cavaleiro e seu cavalo.

Mas cavalos são cheios de personalidade. Montar um cavalo injuriado, montar um cavalo entediado, montar um cavalo deprimido, montar um cavalo há muito não montado.

Porém, pessoas ainda são pessoas e cavalos ainda são cavalos. Há que dar rédea, ser firme, ser solto. Uma pessoa montando um cavalo. Não há comunicação. É preciso lembrar ao cavalo, que você e ele são a mesma coisa. Dar rédea, retesar-se, soltar-se, deitar-se sobre seu pescoço. Acariciar suas orelhas, sentir seu pêlo, seu calor, sua respiração.

Aí, algo acontece. Ele se acalma, você se acalma. Não saberia traduzir em palavras. Sou uma pessoa e um cavalo.

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