sexta-feira, 13 de junho de 2014

Vidrante

http://vimeo.com/84279493

Entre o canivete e a espada


Com a radicalização (muitas vezes ignorante) dos protestos no Brasil, a grande frase de efeito do politicamente correto no momento é “vá protestar na urna”. Concordo, sempre concordei. Até que ontem me deparei com um “black bloc instrumental”. Dizia mais ou menos “vá protestar na urna... piche a urna, quebre a urna, cague na urna, pendure uma faixa com os dizeres O PETROLÉO É NOSSO, só tome cuidado para não apanhar do mesário.” Quer saber? Me identifiquei. Repliquei o conteúdo, ato contínuo apaguei a postagem. O medo é tamanho, que o medo da urna se instaurou como o pior medo.

Hordas de extrema direita avançando na Europa e nós aqui, entre o canivete e a espada. Não dá pra votar nulo, não temos quórum para obrigar a troca de candidatos. Não dá pra não criticar a centro esquerda estabelecida no poder, justamente pela vagarosidade e falta de culhões para as reformas de base, A BASE que nunca sai do plenário. Mas muito pior que isso, não dá pra permitir um governo tucano que destrua o que já foi feito, que venda o que nos resta do pais, que nos foda com um consolo GG.

Agora, a fúria passional da esquerda, tem sim o direito de criticar e não é com porrada e perseguição política que vão calar a nossa boca. Não dá pra ver um Estado omisso jogando pobre pra baixo do tapete. Vai remover da terra pública? Compra um edifício e realoca as pessoas. Quer higienizar? Compra produto de higiene pro cidadão sair do albergue alimentado e limpo. SAIR, com o seu direito de ir e vir sendo morador de rua ou não. Muda o conceito, oferece oportunidade de aprendizagem. Não é esmola, é dever constitucional, é dever do Estado. Fomos comidos pelo pau espinhoso da FIFA, tudo às pressas, pára tudo pra passar KY. Quando mandar esses estupradores pro raio que os parta, e curar o tiro no pé que foi essa Copa prum projeto de país mais igualitário, por favor PT, me surpreenda, crie cotas de moradia e bolsa despejo. Repito, não é esmola, é redução de danos, é DEVER DO ESTADO.

Agora, no momento paranóia justificada, esse texto é uma critica sofrida, quanto a um projeto de país que ajudei a construir, com o meu voto, com a minha camisa vermelha com uma estrela amarela costurada a mão. E o medo de que me venha um comentário de apoio junto com um bicão amarelo? Infelizmente, não sou dada ao silêncio, e já me estrepei muito por ter goela de caturrita. Que vontade tenho eu de que isso chegasse aos olhos da minha conterrânea. Porque temo que a urna acabe mais nociva que o cassete da polícia na nossa cabeça.


Errata:
Nem com quórum se troca candidatos. Dilma é mineira, eu não sabia.